segunda-feira, 19 de julho de 2010

Juventude Transviada

"Juventude Transviada", de Nicholas Ray.

 Juventude Transviada é um filme que me ganhou nos primeiros 10 minutos. Já tinha ouvido falar da atuação de James Dean, que infelizmente morreu cedo, mas nunca pensei que houvesse tanta verdade e fé cênica em um ator tão jovem. Na verdade é um filme que impressiona pela quantidade de jovens e bons atores em cena.
Os olhares são impressionantes, e os gestos fundamentais para este filme que retrata uma juventude que desconta toda sua angustia de querer descobrir a vida e se encaixar no meio social, em brigas e futilidades.
É muito bom assistir a atuação de Natalie Wood com sua Judy e sua "queixa" na delegacia, no começo do filme, aos soluços. Além de bonita, o que tambem encanta é a forma com que conduz sua personagem e como é natural o tempo todo. Sal Mineo, com John Crawford, vai ganhando seu destaque aos poucos e lentamente encaminhando seu personagem para um final surpreendente. Nos seus olhos refletem sepre o turbilhão de sentimentos com relação ao mundo, as pessoas e principalmente a Jim Stark (James Dean) em que vê um pai, um amigo e por vezes parece até algo mais, mas sempre confia e se inspira nele.
O que chama atenção tambem são os detalhes nos cenários, mesmo os que aparecem poucas vezes e as locações, como a do planetário que mostra uma bela paisagem, e o figurino que reflete muito a personalidade de cada personagem e como se encontra em determinado momento de sua vida. Há quem diga que o filme peca pelos clichês que são recorrentes, mas sinceramente acho que em momento algum atrapalha a opinião do espectador com relação a história, porque não são mostrados de forma gritante, e sim de forma que chega até parecer um arquétipo, o que é bem raro de se conseguir.
Vale destacar que para a época que foi produzido este filme, foi considerado muito liberal e chocava as pessoas, em grande parte moralistas, que não estavam acostumados a ver filmes que retratavam jovens apostando rachas, abusando de bebidas alcoólicas ou usando armas.
Penso que é um filme que foi feito para ser eterno, não só pelos atrativos técnicos, mas tambem por retratar a juventude, que apesar da constante evolução, a rebeldia na sua essência continuará sempre a mesma.