domingo, 30 de maio de 2010

King Kong

"King Kong", de Peter Jackson.

Hoje tive a oportunidade de assistir a mais uma versão do clássico King Kong, dessa vez pela visão do super premiado Peter Jackson, diretor do clássico trash "Fome Animal" e da trilogia "Senhor Dos Anéis".
 Tive que dividir a minha opinião em várias partes, pois adorei em vários quesitos e em outros achei muito artificial. Quanto ao enredo do filme, dividi nas partes Ilha da Caveira e Nova Iorque; Em toda primeira parte, onde se passa toda aventura do grupo na ilha, achei de uma artificialidade e uma falta de sentido enorme, acho que pisaram na bola com a idéia dos dinossauros - sei que há em outras versões - mas o foco principal na parte da ilha pareciam ser os dinossauros, só eles que ganhavam a cena, salvo uma única cena onde o Kong luta com 3 Tiranossauros. Outro erro enorme é quase no fim dessa, onde quando os homens entram na selva com armas pesadas, em várias pessoas, existem perigos de todo lado, após morrerem quase todos e sobrar somente o mocinho para recuperar a donzela do kong, ele atravessa a selva quase que intacto, sem sofrer uma ameaça, muito falso.Isso é o que chamamos em aula de erros de lógica.
 Já a segunda parte foi boa, curta mas bem trabalhada, nada de novo que já não se tenha visto nos filmes do King Kong quando ele está em Nova Iorque, revolta, um macaco maluco correndo solto pela cidade até subir em um arranha-céu que normalmente é o Empire State Building e ser fuzilado por aviõezinhos do mal.
 Quanto ao trabalho dos atores, me surpreendi quando ví no elenco um dos atores que eu admiro e observo sempre ótimos trabalhos, Adrien Brody, esse cara é de uma versatilidade e profundidade incrível, acho que se parar e pensar nas palavras "verticalização de um personagem" vou ter ele como referência. Adrien é um dos destaques do filme e faz muito bem o papel de mocinho iludido que luta contra tudo e todos pelo seu amor. Outra surpresa foi ver Jack Black não fazendo piadas, tudo bem, ele trabalha uma linha engraçada mas muito longe do que estamos acostumados a pensar quando ouvimos falar de Jack Black, nesse filme ele interpreta um cineasta obcecado pelo seu filme, que deposita todas suas esperanças e arma tudo que pode para terminar o mesmo, é legal vê-lo em um papel que não seja um estúpido, gosto de conhecer as outras faces de atores e atrizes que estão acostumados a um estilo de papel. 
 Fiquei em dúvida se a fotografia do filme realmente merece créditos pois o filme é um matrix da vida, 90% digital, mas se não merecer um pontinho a mais pelo menos merece ser notada, é, digamos que, interessante.
 Esse é o tipo de filme que indico pra quem quer ver algo legal e enrolar o sono, pois tem 3 horas de duração, não chegam a ser 3 maravilhosas horas de tensão e emoção mas digamos que dá pra aguentar umas 2:50 antes de pegar no sono... :D
 Boa semana a todos!

domingo, 23 de maio de 2010

Paradoxo Sobre Os "Futuros Atores"...

 Faz tempo que eu queria escrever isso, porém não tive mais a oportunidade de parar, graças a Deus minha vida tem sido muito corrida e tenho até deixado o blog um pouco as moscas, mas vamos ao que interessa:
 Faço parte de uma nova geração de atores, que serão o futuro artístico do nosso país, um fardo grande se considerado devidamente e acho que um pouco além do que podemos carregar.
 Não tenho uma carreira considerável ainda, são poucos mais de 4 anos estudando e uns 20 cursos esporádicos/regulares, oficinas e experiências do gênero, mas cada vez mais venho percebendo uma coisa que me preocupa, essa minha geração não tem real interesse em ser os melhores no que escolheram para a vida, simplesmente aceitam tirar um registro e se consideram "atores, atrizes". Nunca na vida ví tantos futuros profissionais despreparados culturalmente e tão disponíveis a baladas, agitos e festas. 
 Hoje nos corredores da minha escola, uma das que eu já fiz, pois há também no ramo isso, a generalização, os alunos da escola x são ruins e os da y não, MENTIRA, passei por várias e em todas existe esse mesmo caso. Os "futuros atores" não sabem falar de nada além de si mesmo, de seu péssimo desempenho em cena e como fotografam bem ou mal no vídeo, não conseguem entender que o tempo presente em aula é muito pouco para se aprender a construir um personagem, a criar uma dramática, obter um estofo necessário para dar embasamento ao seu trabalho. 
 Vejo claramente a ignorância cultural e o desinteresse no que deveria de ser essencial ao ator, a pesquisa, os "maravilhosos" alunos sempre com suas mesmas desculpas nunca tem tempo para pesquisas, sempre aparecem contratempos ou morrem parentes imaginários, mas é incrível como nunca perdem um gambiarra da vida. Digo isso pois sinceramente odeio e não faço questão de ter amizade com esse tipo de gente, esses meros pretendentes a atores, fúteis e vazios que acreditam já estarem preparados o suficiente; Sim, pois não condeno a pessoa se ela realmente é boa no que faz, então ela pode ter direito a um lazer, mas sinceramente, se temos tantos atores hoje em dia, mais de 10, 100 mil só em São Paulo, ou temos uma horda de maravilhosos seres que já atingiram o apogeu artístico ou então temos uma horda de egocêntricos que desconhecem seu trabalho. 
 Acho mais incrível que essas mesmas pessoas que estavam no dia anterior na balada, provavelmente bêbadas, loucas, ainda acham que tem embasamento para opinar no seu trabalho, sério, se tem uma coisa que odeio no ser ator é isso, na maioria só sabe dar pitaco, só o seu trabalho é excelente, o dos outros é em geral horrível, digo como um excelente ouvinte, juro, ouço o que os meus colegas dizem e filtro, acontece que o excelente "futuro-ator-de-ontem-na-balada" não possui embasamento, fala sobre o estético, sobre o superficial, não sabe expor sua idéia realmente e quando expõe a mesma não tem profundidade.
 Considero triste, mas por outro lado gosto um pouco, pois quem realmente se dedica e procura seguir a carreira de ator com amor e cobrança vai se destacar, vai passar dessa seara de coitados e vai atingir um patamar mais alto, talvez possamos então olhar pra trás e como o tempo já terá passado possamos ver o que mudou, quem sabe uma próxima geração que já tem teatro e música no ensino básico seja mais interessada e menos fútil não?! Quem sabe numa próxima geração iremos ter menos covardes que comentam o que não gostam pelas costas e mais seres inteligentes que desafiam e expõem sua opinião frente-a-frente, debatendo e defendendo suas idéias ao invés de se esconderem no cantinho da vergonha e chorar a sua turminha mais tarde...
 Deixo claro aqui meu desabafo sobre o que vejo e convivo, repugno a levianidade com a qual levam a vida e sua futura carreira, se é que vão chegar lá, eis a questão...

Cães De Aluguel

"Cães De Aluguel", de Quentin Tarantino;

 Tenho que começar dizendo que Cães De Aluguel é uma das idéias que eu mais gosto de cinema e sempre que posso paro e penso em algum roteiro que se encaixe nisso: pegar um cenário fixo, nesse caso um galpão onde se passa a história, ter poucas externas e um conteúdo dramático super bem bolado.
 Logo no início do filme fiquei empolgadíssimo, pois além de um elenco forte, tinha duas promessas, a de assistir ao primeiro filme de Quentin Tarantino na direção e a de ver ele mesmo no elenco, atuando! Tarantino faz uma pequena participação logo no início do filme, onde vemos os 7 mafiosos protagonistas da trama divagando sobre o significado da música "Like A Virgin" de Madonna, cult e nada óbvio, uma das marcas de Tarantino. O veterano Mr. White de Harvey Keitel, o misterioso Mr. Orange de Tim Roth, o falador Mr. Pink de Steve Buscemi, o sádico Mr. Blonde de Michael Madsen são fantásticos, conforme o filme anda vamos conhecendo um pouco de cada personagem através de flashback's que interferem em momentos que o clima pesa no galpão. O galpão é o ponto de encontro dos bandidos após um assalto a uma joalheria que acabou não dando certo pois a polícia já sabia - um dos bandidos era policial e avisou a polícia, que os esperou na saída, gerando um tiroteio e morte de alguns dos integrantes do grupo - os que conseguiram escapar foram para o galpão,  que agora é o palco de uma série de acusações sobre qual dos bandidos teria sido o traidor que avisou a polícia.
 Outra marca clássica de Tarantino no filme é o sangue. Sim! Há muito sangue no filme, não tanto quanto em Kill Bill mas o suficiente para umas poças no chão e para umas orelhas voarem, hehe... A violência presente no filme gerou uma revolução no modo como era retratada a violência nos filmes da época. Cães de Aluguel é um filme forte, intrigante, delicioso, agradável e com uma história consistente e o final não poderia ter sido melhor, sem dúvida um dos melhores filmes dos anos 90!

sábado, 8 de maio de 2010

Besouro - O Filme

 "Besouro -O Filme", de João Daniel Tikhomiroff.
 Faz dias que queria ver esse filme, a ansiedade sem dúvida era gigante, e posso dizer feliz: Adorei!
 Besouro é um filme que eu já depositava toda minha expectativa antes mesmo de ser lançado. Pela primeira vez estava vendo uma produção digna de Hollywood feita 100% no Brasil, e melhor, com um enredo que indicava não ter o estereótipo de filme brasileiro, ou seja, não ter tiroteios, favelas, 75% do palavreado baseado em palavrões e toda aquela história que já estamos cansados de assistir nos épicos "Tropa de Elite" ou "Salve Geral".
 Com um enredo muito bem bolado, o filme conta a história de Besouro, um capoeirista que foi criado desde novo por seu tutor, o Mestre Alípio, e após a morte dele Besouro decide enfrentar os diversos preconceitos que os negros sofriam mesmo após a abolição da escravidão.
 Conforme o filme corre, vamos conhecendo a história do candomblé, os orixás que protegem Besouro são muito bem representados pelos elementos da natureza e com uma fotografia muito próxima as ilustrações originais do candomblé.
 Besouro também teve uma participação especial atrás das câmeras, que foi o preparador Huen Chiu Ku, ele preparou todas cenas de lutas que se vê no filme, com todos aqueles efeitos maravilhosos usados nos filmes "Matrix" e "O Tigre E O Dragão". Uma das cenas que merece muitíssimo crédito é a da luta de Besouro e do Exu na feira livre dos negros, não perde em nada para os dois outros filmes que Huen preparou.
 Os atores também merecem crédito, são em geral novos no cinema, até participaram de uma ou outra produção global mas não são aquelas figurinhas clichês que tentam reproduzir seu papel marcante da novela no filme, pelo contrário, vivem muito bem os personagens que tomaram partido.
 A fotografia do filme é de um conceito interessante, segundo o diretor, ele contratou um especialista de fora, o equatoriano Enrique Chediak, e teve uma explicação muito boa para isso, "Quem está fora vê o Brasil com outros olhos...", tenho que dizer que ele acertou em cheio, é bom ter aquele olhar maravilhoso que nós brasileiros temos somente com os Estados Unidos e muitas pessoas de fora tem com o nosso país, o filme tem cores quentes, é "caliente", retrata bem o nosso Brasil Tropical!
 Com sequências de ação muito bem filmadas, planos sequênciais e abertos muito complexos, o diretor impressiona, pois este foi seu primeiro longa, sua especialidade eram filmes publicitários e logo de primeira acertou muito bem, sua direção foi impecável, claro que ví várias críticas sobre o filme, mas brasileiro ainda sofre desse mal, critica muito aquilo que não compreende ou não consegue fazer melhor, mas eu digo de boca cheia, dentro de todos meus sonhos de filmagens, câmeras, planos, equipamentos e roteiros que essa é uma obra-prima do cinema nacional.
Quando estou terminando uma postagem como essa me pergunto se não esqueci de nada várias e várias vezes, pois quero dividir com vocês a felicidade que sinto em ver que nosso cinema caminha para um futuro melhor, onde faremos filmes de conteúdo e com qualidade, e isso com toda certeza é o cinema do qual eu espero fazer parte!
 Boa semana a todos, abraços!

domingo, 2 de maio de 2010

P.S. Eu Te Amo

 "P.S. Eu Te Amo", de Richard LaGravenese.
 Ta aí um filme que eu queria ver há tempos, não só pelo fato de ter Hilary Swank, que já tem dois merecidos Oscar na estante, mas por Gerard Butler, o eterno Leônidas de 300, que vem me surpreendendo a cada filme que vejo. Já não acreditava quando o vi no Fantasma da Ópera, agora ele aparece na pele de um irlândes de meia idade super de bem com a vida.
 Os dois formam o casal protagonista da trama, um casal jovem, cheios de ambições e problemas, mas que ainda tem um amor maior que resolve tudo, o foco central se resume em mostrar a vida de Holly (Hilary) após a morte de seu marido Gerry (Gerard), visto que ele mesmo planejou tudo através de cartas para que ela conseguisse enfrentar e passar pelo período triste que é a perca de uma pessoa querida.
 Gerard aparece relativamente pouco no filme, mas sempre nas ocasiões mais dramáticas revelando um pouco de cada momento que deixou escrito nas suas cartas antes de morrer, é muito legal ver seu trabalho pois esse filme é o avesso de 300, onde ele era bruto e ignorante, aqui ele trabalha o lado romântico e faz muito bem feito, é com certeza o tipo de homem que qualquer mulher se apaixonaria, tem um carisma espetacular e uma sensualidade que domina, não falando em padrões estéticos, mas em padrões técnicos mesmo, ele sabe a hora de fechar algo mais tenso no olhar, a hora de ter liberdade de movimentos no plano, é tudo muito bem trabalhado.
 Hilary também não deixa pra trás, aliás, acho até que mais intenso o trabalho dela, pois além de trabalhar praticamente 75% do filme a tristeza e suas vertentes, ainda tinha que trabalhar sozinha, pois seu "marido" havia morrido, enquanto Gerard sempre tinha ela como partner de cena. Ela tem uma presença forte, que junto da trilha sonora, essa muito bem escolhida, com participações de grandes nomes como James Blunt, faz qualquer mocinha apaixonada chorar aos montes.
 Recomendo aos "casais quase perfeitos" esse filme e a todas pessoas que querem ver um outro lado do ator Gerard Butler. Boa semana!

Acabou!

 Não! Não é o blog que está acabando, é o musical que chegou ao fim!
 Depois dessa jornada de ensaios, apresentações e toda loucura que fazia parte, acabamos o "Making Musicals 2".
 Confesso que essa semana agora foi uma das mais difíceis dos meus últimos tempos, fazia tempo que uma sensação de vazio não preenchia tanto a minha pessoa. Corri muito, fiz várias coisas, mas parecia que tudo era em vão, que não tinha um sentido concreto ou que fosse valer a pena.
 A saudade tem batido forte, saudade da rotina, do bom e mal humor matinal de cada um, das versões não autorizadas feitas por nós, de todo o processo em si. Agora que terminou o relógio parece não andar, parece que faltam tantas horas para o ensaio ou que o final de semana não chega para apresentar logo e "se ver livre" hehehe. Agora pretendo voltar a rotina normal do blog, não essa semana já, pois ainda tenho muitas coisas pra botar em dia e o meu curso regular exige uma boa dedicação agora, visto que faltei as últimas 3 semanas, mas logo logo.
 Com esse post eu encerro um ciclo, vou olhar pra trás mais tarde e lembrar com muito carinho dessa fase, então queria deixar aqui os meus mais profundos agradecimentos a todas pessoas que fizeram parte dessa etapa da minha vida, a minha família por me apoiar SEMPRE, ao meu amigo-irmão Cicero pelo senso crítico que sempre me fez buscar o melhor e no final obtive um excelente resultado e a todos que conviveram comigo esses 7 meses, me ensinaram muitas coisas boas e acrescentaram algo no meu modo de ver a vida...

 É isso gente, "The Show Must Go On", vamos que vamos que atrás vem gente! hehehe