domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Dança da Morte

"A Dança da Morte", de August Strindberg.

 Para começar a abordagem dessa peça, tenho que antes fazer uma pequena introdução ao autor, para que o entendimento seja maior depois.
 August Strindberg é o precursor de toda modernidade do teatro de hoje em dia. Filho de um burguês com uma criada, desenvolveu desde pequeno um complexo de inferioridade que mais tarde se expressaria no seu primeiro romance: "O Filho da Criada". Suas obras tem um traço revolucionista, não contra o sistema, mas contra os comportamentos do homem em relação a sua família, religião, crença... Strindberg teve uma história um tanto quanto derradeira em relação as mulheres e a sua vida pessoal, tendo por fim uma crise de paranóia e expressando um misogenismo extremo. Suas obras tem um tom naturalista e expressionista.
 Com base nisso podemos começar a nossa abordagem a peça.
 A peça é tensa, tem um clima denso do qual um minuto perdido pode significar a perda de todo um conflito. Nos mostra o convívio gasto de um capitão de artilharia e uma ex-atriz que culpam um ao outro por ter perdido suas vidas e suas ambições em nome do casal, vivendo há 25 anos numa torre de guarda em uma ilha, isolados do mundo e das outras pessoas. Todo desenrolar da peça segue esse conceito base, o comportamento dos personagens e todos conflitos derivam desse tema e não se desgrudam do mesmo um minuto. Por se tratar de Strindberg já é de se esperar que a mulher não seja uma flor, e realmente ela não é, conforme a peça avança vemos a mulher cada vez mais venenosa, geniosa e diabólica enquanto o homem cresce num misto de avareza e consciência caótica inigualável. 
 A crise do casal vem a tona e explode com a entrada de um terceiro personagem que fora quem os casou há tempos atrás, fazendo com que os dois criem uma força gigantesca, mas em função de rivalidade e destruição de um ao outro, fato que tem uma pausa após um infarto de Edgar, o capitão, que muda um pouco seu ver da vida, pois não o mata, e nos dá fatores atuais como o medo da morte, o arrependimento. Daí em diante vemos uma trama pra lá de diabólica acontecer entre o casal sempre com o terceiro personagem como ponto de equilíbrio, horas pendendo mais para um lado, horas para o outro, até que a história tome seu devido fim.
 Strindberg levanta uma série de questionamentos, seja eles o porque da existência, a vida de casal, a violência doméstica e até mesmo a incrível disputa de poderes entre homem e mulher - a briga mais antiga da história - e nos faz pensar sobre a peça, sobre nossas relações, como abordamos nossas prioridades, de modo que gera uma série de questionamentos saudáveis e suas devidas conclusões, tal como o filme anticristo.
 Indico para quem tenha tempo de lê-lo e interpretá-lo, uma simples leitura deixa passar muitos fatores em branco, deixando depois uma série de incógnitas sobre a peça. Agora que conheci sua obra pretendo todas outras, nota 10!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cloaca!

Cloaca!, de Maria Goos.
Cloaca é excelente! Não tem outro termo que venha designar tão bem o que é essa peça! Escrita pela autora holandesa Maria Goos, Cloaca é uma verdadeira análise sobre o mundo masculino e seus variados objetivos. Na peça a autora conta a história de quatro amigos que se conheceram na época de faculdade e reencontram-se 18 anos depois, todos já quarentões, cada um com um caminho trilhado e problemas pessoais.
A peça nos dá uma boa idéia do universo masculino, quais são os verdadeiros interesses dos homens, o que os mesmos fazem para alcançar seus objetivos e como tratam seus semelhantes e companheiros. Podemos dizer que todo o contexto se resume em uma crítica, tanto que a única aparição feminina na peça é realizada por uma prostituta.
A peça conta a história de Pieter (Tony Giusti), um funcionário público que apropriou-se de obras de arte descartadas pela prefeitura, Jan (André Garolli), um político recém chutado de casa, Tom (Dalton Vigh), um advogado fracassado viciado em cocaína e Maarten (Brian Penido Ross), um diretor de teatro não muito bem sucedido.
Todos empenham-se em ajudar o amigo Pieter e resolver o problema familiar de Jan, aí entra o contexto de uma opinião feminina sobre o mundo masculino, esse meio tempo de ajudas um ao outro foca justamente nos principais problemas do homem seja como funcionário, patrão, marido, bohêmio... É uma crítica pesada e boa ao modo "simples" como o homem resolve seus problemas, pois não envolve seu lado emocional, Jan está de aniversário e fora de casa? Os amigos chamam uma prostituta. Maarteen tem a filha de Jan 18 anos mais nova no seu elenco e não hesita em transar com ela. Tom foge de seus problemas recorrendo a cocaína. Pieter não sabe como resolver seu problema, recorre aos amigos. Todos modos simples e sem muito peso ou consciência na hora de serem decididos, exceto por Pieter, o mais sentimental claro. A peça corre bem, chega a levar o espectador a pensar que o problema será resolvido, que Pieter terá a posse dos quadros e que todos terão um final feliz, até que chega Jan novamente e mostra o quanto a aspiração ao poder cega o homem, ele conseguira um cargo de ministro da cultura e não poderia se envolver no caso do amigo, o que ele faz então? Simplesmente abandona os antigos parceiros e com isso mata o sonho de conseguirem ganhar a causa. Daí em diante seguem-se problemas e novamente vemos o modo fácil de pensar do homem para resolver seus problemas, álcool, drogas e o suicídio.
 Fim! Simples assim, como um pensamento masculino, porém mostrando muitas vertentes do comportamento do homem e como sua ambição o destrói. Como tinha falado no início, é isso! Cloaca é excelente!  
 Sobre a questão técnica não tem muito a ser citado, a produção está fantástica, sem exageros nem falta de componentes, nada é demais, os atores são ótimos, levam muito bem seu papel até o fim e não transparecem artificialidade, exceto por Tony Giusti que interpreta Pieter, ele exerce muito bem o papel, porém seu modo de falar irrita, ninguém vai ao teatro para ouvir uma coloquialidade extrema do século passado, mas Tony insistiu a peça toda em seu modo coloquial, talvez pela história do personagem, formado em história da arte ou talvez por seu modo de atuar mesmo, fator indefinido e fato esse que foi o único inconveniente ao meu ver.
É isso, resumindo daria uma nota 10 pra peça, CLOACA!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Anticristo

Anticristo, de Lars Von Trier. 
 
É um filme complicado, não dá pra começar sem esclarecer isso! Um filme que gerou um furor gigantesco, comentários e matérias, cria uma expectativa gigante pra quem ainda não viu... Aí mora o problema: o filme não corresponde às expectativas, mas sim um estudo sobre o seu contexto.
Ouvi muitos relatos sobre o filme mais polêmico do ano, um ótimo suspense, um ótimo terror, mas o que vi foi uma série de exageros e enigmas, encima de um tema, esse sim, muito polêmico.   
Acabei por dividir a opinião em duas partes, técnica e contextual.
A parte contextual é incrível, quanto mais você discute mais cria possibilidades sobre a história, quanto mais analiso a idéia de anticristo, cristianismo, idealismo, mais hipóteses iam surgindo. É interessante o filme tratar da inquisição, sobre a natureza e sua maldade, o modo como a mulher se auto-flagelava para se redimir dos pecados, até aceitar que a natureza é má, esquecer os princípios mesmo que por um pequeno período, aceitá-los, sentir-se curada e voltar a paranóia cristã de sofra para alcançar a paz novamente. O significado da bruxaria, sobre a qual a mulher formulou sua tese. Se entendermos esses símbolos conseguimos entender um pouco da base da história, o veado com o filho morto seria o animal caça, medroso, sensível, que foge, como a mulher em um senso geral, e interrompido pois tem seu filho morto meio-nascido. O legal desses três fatores é que cada um antecede um medo a ser superado, nesse caso a fêmea e seu filho morto, que no capítulo posterior será superado. A natureza auto-destrutiva é o que se explica no próprio filme, a totalidade, a natureza que cria a vida e a destrói a partir de si mesmo, por isso da raposa, um animal carnívoro, comendo a si mesmo. Essa visão se liga a descoberta do marido sobre os estudos da mulher, bruxaria e genocídio. Essa por sua vez por lidar ao mesmo tempo com esses estudos e com o abandono do marido, começou a deixar aflorar em si mesma a “natureza má” das mulheres e aí começa a maltratar o próprio filho, isso significava para ela a totalidade da natureza, a causa da maldade que se fazia as mulheres naquela época estava nelas mesmas. Aí entra uma dúvida, se os maltratos ao garoto eram um modo de descontar o sentimento de abandono e destruir-se a si mesma ou uma mulher de natureza má dando o troco ao lado masculino do marido por meio do filho. Já o corvo tem a meu ver o homem, o homem nada mais é do que o Adão da história, o grande EU que estava no topo da pirâmide, a razão, ou seja, o corvo significa o auto relacionar-se consigo mesmo, para entendê-lo precisei recorrer ao poema de Edgar Allan Poe: “Ele experimenta um prazer frenético em modelar de tal formas seus questionamentos para que receba do esperado “Nunca-mais” o mais delicioso, porque o mais intolerável, dos sofrimentos.”, e era justamente o que o homem queria ouvir quando o corvo apareceu pela primeira vez, nunca mais, ele queria a fuga da mulher, que ele amava mas temia, ela era o seu contraponto, a sua falta de razão e natureza assassina, mas ele entendeu a primeira aparição como ameaça, somente na segunda é que ele compreendeu seu significado, se auto-relacionou e libertou-se de sua inconsciência assassina, a mulher. Num resumo, em primeiro lugar os gritos do corvo são o motivo de quase a inconsciência assassinar o homem, em segundo são o motivo de o homem assassinar a inconsciência. Quanto mais se analisa mais se vê o homem como o anticristo, ao contrário da primeira opinião que num consenso geral é a mulher.
Porém na parte técnica não consigo ter uma classificação pessoal específica para o filme, pois o que vi foi uma série de truques para chegar a um efeito, como se criassem um filme estereótipo... Divisão de capítulos, prólogo, epílogo, morte, dor, pra que tudo isso? Pra mostrar que o filme é sofrido, pesado? Acho que se fosse bom, não precisaria, nunca vi um “O Exorcista” com prólogos, epílogos e divisões assim. Até o trabalho dos atores, o qual deu a atriz Charlotte Gainsbourg o prêmio de melhor atriz em Cannes, não me contentou, gostei de ver pontos que trabalhamos na montagem de personagens, como o invisível, que lhe ajudou a fazer a personagem tão sofrida quanto era, a buscar algo que lhe concebesse tamanha dor. E o ponto de criar muitas coisas distantes, como um professor meu falou, coisas inverossímeis, como a hora que o ator Willem Dafoe desmaia após teu seus órgãos baixos esmagados, uma situação de desmaio, com certeza, mas não a tamanho ponto que ele teria sua perna perfurada pouco depois, parafusada a uma pedra de afiar e não acordaria gritando ou entraria em convulsão por estado de choque, isso sem contar à hora que Charlotte corta seu clitóris, extremamente simples, como cortar uma unha pelo jeito...
Acho que não teria como analisar um lado e deixar o outro de fora, pois a idéia foi muito bem formulada, talvez o modo como foi expressado não tenha sido tão bem pensado, ou tenha sido bem pensado demais para fazer as pessoas chegarem a um ponto como este que fiz, um estudo encima do mesmo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

R.E.N.T. - Os Boêmios

 Ufa, finalmente sobrou um tempinho! E nada melhor do que falar sobre o RENT, meu musical preferido em todos aspectos!

 Acho que Rent foi um dos musicais que mais me despertou a curiosidade de estudá-lo, é complexo de tal modo que quanto mais informações você encontra, mais informações você precisa para complementá-las e compreender todo o contexto.
 Rent trata de uma polêmica forte na época em que se passa o filme, a aids, e cria todo um drama trágico encima desse tema. Musicalmente falando, tanto as composições para personagens como para momentos fecham 100%, é uma coisa de louco! Se analisarmos a história de cada personagem, veremos que sua voz é 100% de acordo com sua história, sua psique, exemplo: Maureen, com todo seu comportamento ousado, seu estilo sapa-pega-todas, tem a voz concordante, aquela voz estridente, aguda de puta pobre, e é exatamente a personagem, e Collins então, o negro evangélico criado no bronks, acostumado a corais de igreja e a muita repressão, sua voz é outro exemplo de como o filme foi trabalhado pedaço por pedaço sem esquecer de nada, a voz grave, ovalada, condiz exatamente com o personagem Collins.
  Como falei de vozes tenho que falar também das músicas, e são essas a marca forte de Rent, nada de músicas copiadas de algum lugar, como Moulin Rouge, são composições originais que transmitem a mensagem do filme e suas respectivas situações com uma exatidão inigualável. Se falarmos de qualquer música lembraremos de um personagem específico, do momento específico, tudo foi trabalhado aos mínimos detalhes.
 Adorei todo o filme, todos atores são excelentes, com destaque para Wilson Jermaine Heredia, que interpreta a drag queen Angel, seu trabalho ultrapassa qualquer outro trabalho de ator fazendo um transformista, a perfeição que Wilson passa com a Angel é algo fora do normal, muito emocionante. 
 O musical Rent ficou 12 anos em cartaz na Broadway, e o filme foi lançado em 2006, para comemorar os 10 anos da estréia da peça.
 Termino a postagem com a música tema do filme, Seasons Of Love, boa quinta-feira!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Beyoncé - I am... Yours - Live In Las Vegas

 Como comentei quando comecei o blog, minha idéia é discutir sobre tudo que assisto, isso inclui shows, principalmente quando vejo algum ponto interessante neles, como esse da Beyoncé, realizado no Hotel CassinoWynn em Las Vegas.

 O bom desse show foi seu objetivo, deixou de ser um show gigantesco e super agitado como todos shows da sua turnê "Beyoncé Experience" para ser um espetáculo intimista. Todos arranjos foram alterados, de modo que vemos um show com uma presença forte do piano e toda uma base acústica, mais calma, fato que deixou suas músicas ainda mais gostosas de ouvir.
 Isso sem contar o espírito do lugar, incluíram no show um número muitíssimo bem feito de sapateado, uma sequência pra não botar defeitos, com um jazz muito agitado, digno de um show a la "Hotel Cassino".
 O show foi separado em duas partes, a primeira é onde temos todas as músicas do último cd e seus últimos lançamentos, todas com esse arranjo especial para o show, seguido do intervalo, que é marcado pelo número de sapateado e então vem a segunda parte, que é onde Beyoncé conta toda sua história, suas influências, a trilha que o Destiny's Child traçou até seu fim e sua história de carreira até o presente momento.
 Ah! Uma coisa muito legal é quando ela chama uma garota da platéia para cantar um trecho da música com ela, é simplesmente de cair o queixo a afinação da garota, coisa que me deixa perturbado e pensativo, quanto tempo será que ainda vamos ter que esperar para termos um molde decente de ensino, onde teatro, música e cultura em todas suas formas seja inserido, substituindo nosso atual formato "decore, não pense!"? Por mais que não goste de vangloriar os Estados Unidos, tenho que afirmar que eles possuem um molde cultural muito melhor, não é a toa que tudo que se cria em grande parte vem ou de lá ou é copiado de lá.
 Ótima opção para o final de semana. :D

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Diminuindo o ritmo.

 Como podem notar, o ritmo de atualizações teve um declínio em número, mas a justificação que tenho é mais do que justa. Estou lendo dois livros técnicos, os quais além de serem difíceis de compreender são muito minunciosos, a leitura deles ultrapassa uma semana fácil fácil.
 Porém, assim que terminá-los prometo muitas atualizações, pois comprei mais uma porção de livros com o intuito de completar a minha difícil e rara coleção da abril cultural. Dentre os novos autores tem Ibsen, Jean Genet, Ionesco, Bernard Shaw, entre vários outros gigantes da dramaturgia.
Portanto, paciência filhotes, logo logo o circo volta a pegar fogo! :D

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Noite de Reis

 "Noite de Reis", de William Shakespeare.

 Hoje fui ao Globe-Sp, minha antiga escola, onde ví essa peça montada pelos alunos do curso avançado do Globe.
 Praticamente remodelada pela turma, essa comédia de Shakespeare saiu do que podemos chamar de "normal" para Shakespeare e teve uma releitura bem ousada. Os alunos decidiram por estabelecer uma musicalidade constante na peça, com traços dos anos 80 e um aspecto bem moderno para o figurino.
 Por se tratar de uma peça de alunos achei muito boa, não posso julgar como julgaria uma peça profissional, não desmerecendo os alunos, mas é um outro mundo uma montagem profissional, em todos aspectos, produção, preparação... Como em todas peças de curso, é obrigatório que todos alunos participem, coisa que fica visível, pois há uns personagens digamos que "sobrando" em cena. Isso sem contar na superficialidade que certos personagens tiveram, fato que ficou confuso, pois no final das contas não consegui distinguir se era proposital o exagero ou era mal trabalhado, pois haviam grandes oscilações entre o natural e o exagerado.
 Uma coisa que sempre acho legal é optar por outros caminhos, tirar fora o comum e colocar o inusitado, porém, também acredito que quando se opta pelo inusitado, deve-se ser ousado! Uma coisa que achei maravilhosa foi quando certo personagem após dado momento resolve mudar completamente seu modo de ser, vestir-se e agir, sai de cena e volta completamente outro e com sapatos de sapateado, pensei comigo: ta aí uma boa sacada, lá vem show! E quando o garoto faz sua sequência desanimei, uma idéia tão bem sacada no mínimo merecia um aprofundamento melhor, a sequência feita pelo ator está longe de ser algo difícil, posso dizer até que em audições para musicais existem sequências mais complexas, coisa que me chateou, pois era uma ótima oportunidade de dar um show e ganhar a cena, fato esse que não é culpa do ator, deixo isso bem claro pois as pessoas costumam culpar sempre os atores, porém quando dada ação é bem feita pelo mesmo as primeiras pessoas a levantarem-se são seus preparadores, diretores e tais.
 Quando a peça em sí, a história, acho parecida com "A Comédia dos Erros", também de Shakespeare, pra não dizer uma cópia fiél, mesma história, irmãos separados num acidente de navio, muito semelhantes, que causam uma série de problemas quando se encontram na mesma cidade, nada demais.
 Eu indico a peça pela abordagem diferente que foi feita e pelo fato social, o ingresso cobrado é um kilo de alimento não-perecível, o que acho muito legal, ajudar o próximo é sempre bom! Então é isso, assistam e um ótimo final de semana.

Em Cartaz:
Globe-SP
Rua Capitão Prudente, 173
São Paulo - SP, 05422-050
(0xx)11 3097-9933

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cinema Paradiso

 "Cinema Paradiso" de Giuseppe Tornatore.

 Está aí um filme que eu considero clássico, maravilhoso e muito emocionante! Acho que Cinema Paradiso foi até hoje um dos melhores presentes que eu ganhei, não sei descrever ao certo a sensação que é assistir esse filme de tão tocante que ele é.
 Tenho que começar falando que Cinema Paradiso não é americano, é italiano! Só isso já vale uns 3 pontos numa escala de 5! O filme conta a história de Salvatore di Vita, um cineasta que vive em roma e logo no início do filme atende uma ligação de sua mãe avisando que "Alfredo" está morto. O filme então desenrola-se nas lembranças do passado de Salvatore, o qual era um garotinho humilde que sonhava em ser projetista de cinema e vivia acompanhando o projetista do cinema-igreja de sua cidade, isso mesmo, cinema-igreja, o cinema era improvisado numa igreja e todos filmes eram censurados em certas partes pelo padre antes de serem apresentados. Após um grande incêndio que destruiu o cinema, Alfredo fica cego e todos imaginam que o cinema acabou, fato que não acontece pois um morador da cidade ganha na loteria e reconstrói o cine paradiso. Só que agora Alfredo não pode mais trabalhar e quem assume é Salvatore. Daí pra frente Salvatore vive bons tempos até que se apaixona por uma garota, tem seu amor frustrado, serve o exército e depois decide abandonar a sua cidadela, jurando ao seu amigo Alfredo nunca mais voltar a por os pés lá.
 Desconheço o ator que fez Salvatore na sua infância, Salvatore Cascio, mas nem por isso tiro créditos do trabalho do garoto, penso que na época que o filme foi filmado e ainda por cima por se tratar de itália, o trabalho dele é melhor do que de muitos atores de hoje em dia, até me instiga saber quais métodos o garoto usou na sua abordagem.
 O filme recebeu o Oscar de "Melhor filme estrangeiro", o Globo de Ouro também por "Melhor filme estrangeiro", o "Grande Prêmio do Júri" e a "Palma de Ouro" no Festival de Cannes e mais um monte de prêmios de menor escala.
Uma curiosidade do filme: O diretor, Giuseppe Tornatore, fez o filme como um obituário das salas de cinema, acreditando que elas iriam acabar, após o sucesso do filme ele nunca mais comentou sobre isso.

Moulin Rouge

 Moulin Rouge, Amor em Vermelho.


 Esse é mais um dos filmes que eu listo como obrigatório! Tanto para quem gosta de musicais como para quem gosta de romances, o filme é um misto dos dois muito bem feito. Estrelado por Ewan McGregor e Nicole Kidman, já é de se esperar um trabalho esplêndido e é justamente o que os dois nos mostram. O elenco variado que os acompanha nos dá um ar de um verdadeiro "conto romântico", com direito a todos os tipos, situações e peripécias que acontecem em todo romance. 
 No filme Ewan é um poeta que briga com o pai para mudar para Montmartre, uma zona bohêmia de paris, onde fica o bordel - clube de dança Moulin Rouge, onde ele conhece Satine, a cortesã do local. Daí por diante o romance dos dois desenvolve-se a medida de que os problemas são colocados no seu caminho, e tudo isso claro com uma musicalidade incrível, Ewan tem um timbre bonito e canta músicas muito boas também, como "Your Song" do Elton John, entre outras e até mesmo um medley com várias músicas super conhecidas.
 Quanto ao trabalho dos dois, Ewan e Nicole, não há dúvidas a se levantar, fizeram muito bem feito e junto com o conjunto final, que agrupa toda equipe envolvida no filme, resultou em 6 indicações ao Oscar, ganhando em 2.
 Minha única decepção é que Moulin Rouge não tenha sido levado a Broadway, não sei o motivo mas acredito que deve ser algo relacionado aos direitos autorais de todas músicas, pois todas presentes no filme já eram bem conhecidas.
 Bom pra assistir, se emocionar e até para cantar! Recomendadíssimo!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Procura Da Felicidade

 O filme que consolidou Will Smith como um dos meus ídolos, vinha acompanhando os trabalhos dele há um tempo mas depois de ver esse filme passei a ter total admiração pelo cara.

 Quem conhece um pouco sobre a carreira de Will Smith, sabe que ele tem uma veia cômica e praticamente fixou sua imagem encima do doidão de "Um Maluco No Pedaço" e do agente J de "MIB - Men In Black". Desde então ele vem trabalhando em outros gêneros e surpreendendo pela sua atuação quase sempre impecável. É o que pode-se notar em "Eu, Robô" e "Eu Sou A Lenda", e que agora fica praticamente incontestável, Will Smith não é mais o bobão de seriados americanos, e sim um ótimo ator!
 É incrível como Will demonstra todo o sentimento de impotência e culpa que o seu personagem Chris sente. Ele trabalha totalmente contido, o que é muito mais difícil, pois é mais fácil de cair numa linha monótona, e surpreende muito! Merece ainda mais crédito pois seu partner de cena em praticamente todo o filme é um garoto de 5 anos, seu filho Jaden Smith, o que gera uma tensão e uma dificuldade maior na concepção da cena, tanto pelo fato de lidar com uma criança quanto pela ligação dos dois, o que poderia ter gerado um conforto ao garoto, e prejudicado o trabalho de Will.
 Chris Gardner, interpretado por Will Smith, é um pai de família que vive um momento de crise financeira, após seu casamento com Linda (Thandie Newton), ele investiu a poupança dos dois em um aparelho médico que foi dado inicialmente como incrível e um mês depois como ultrapassado, um fracasso da tecnologia médica, e agora é o motivo da tensão que vive o casal e seu filho, Christopher (Jaden Smith), por mais que Chris corra e vire o dia tentando vender o aparelho não há quem queira comprá-lo e as contas cada dia pesam mais.
 Por mais que Chris se esforce muito, chega um momento que sua mulher Linda decide partir para outra cidade trabalhar, e deixa Chris com seu filho Christopher. Eis que a situação piora, agora além de tudo Chris tem mais responsabilidades com o filho de apenas 5 anos.
 Chris batalha muito e se inscreve num programa de estagiário da bolsa de valores, nesse meio tempo dedica-se a vender os aparelhos que restaram para sobreviver, estudar para a prova final e conseguir futuros clientes para a corretora que irá trabalhar. A situação piora ao ponto de Chris e Christopher mudarem-se para abrigos de mendigos da prefeitura, banheiros e estações de metrô. 
 A história comove, mas ao fim mostra o amor que um pai tem pelo filho, a força e a superação que o amor aos nossos sonhos nos dá e serve de lição as pessoas que muito tem e acabam por reclamar sem nem ter motivos. Melhor que um filme de auto-ajuda esse filme é sim um filme de auto-conhecimento, nos põe no nosso lugar e mostra que devemos as vezes pensar com o Chris que há dentro de nós.

Footloose


  É um filme que não me gerou uma grande tensão, um enredo simples e nada de grande trabalho por parte dos atores, quem ganha destaque é o coreógrafo que montou as coreografias do filme, mas por parte do elenco posso até dizer que é tão manjado quanto Grease, bem superficial, o que o Kevin Bacon tem de bom os outros atores tem de superficial, sendo assim há um contraste, mas nada que o tire da linha mediana como qualquer filme.
 O filme conta a história de Ren McCormick, interpretado por Kevin Bacon. Ren foi criado na cidade grande e muda-se para uma cidade do interior que não é muito bem evoluída e é cuidadosamente administrada pelo padre Shaw Moore, que proibiu a dança, músicas e bailes alegando que os mesmos são rituais do demônio.
 Conforme o filme desenrola e o jogo vai ficando limpo descobre-se que o padre Moore luta pelas proibições desde que seu filho morreu, em virtude de um acidente em um agito de formatura. Cabe a Ren mobilizar os estudantes e lutar por um baile de formatura, coisa que não é fácil pois muitas pessoas influentes estão do lado do padre Moore e fazem de tudo para fechar o caminho do rapaz.
 Indicado ao Oscar pelas canções Footloose e Let's Hear It For The Boy, concorrendo na categoria melhor canção original.

As Viúvas

 "As Viúvas" de Arthur de Azevedo.

 O legal que hoje foi tudo surpresa! Não sabia que a peça era uma comédia, achei que a maratona do tapa ia ser vários dramas e tragédias, nada de comédia, isso sem contar a presença de dois professores meus, um que já me dá aulas há um bom tempo, Sir Paulo Marcos :D e o meu futuro professor Sir Brian Pennido Ross...
 Tive que me segurar para não rir o tempo todo, a peça é composta de três atos independentes, três histórias que não relacionam-se entre si, mas que são pra lá de engraçadas, cada uma com sua particularidade.
 Começamos pela história da primeira viúva e um velho solteirão, apaixonado por anexins, provérbios, e que só se expressa por meio deles, o que o torna extremamente engraçado e simpático, pena dele a viúva estar apaixonada por um garotão e só dar bola para ele após ser chutada pelo rapaz.
 Já a segunda história chama-se "Uma Consulta", nela uma segunda viúva vai ao consultório de um advogado por engano, sendo que ela procurava o médico que é seu vizinho do andar de cima, e o mesmo, um homem aborrecido com a vida, clamando por uma esposa, usa de todos artifícios possíveis e impossíveis para conquistar a dama.
 A terceira história é "O Oráculo", um comendador que lê muito Balzac, e acredita ser este o melhor escritor do mundo e suas escritas serem o essencial para o ser humano, dá conselhos a seu amigo mais novo, um advogado, que pretende se livrar de uma mulher praticamente perfeita, a terceira viúva, porém a mesma o esperava no quarto, tivera chego antes dos dois, e presencia toda a conversa. Então eis que ela vai embora e volta com a história virada contra o advogado, usando de inteligência e botando ele a seus pés!
 Uma sequência de histórias muito boas, pena hoje não ter conseguido assistir a peça seguinte, mas amanhã volto lá e assisto mais umas se possível!

Em cartaz:
VIGA Espaço Cênico (74 lugares)
Rua Capote Valente, 1323 (Pinheiros)
Tel: (11) 3801-1843

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A verdade!

Uma tirinha pra lá de verdadeira hehehe...

Pedreira das Almas

 “Pedreira das Almas” de Jorge Amado, com direção de Brian Penido Ross.

 Não me agradou! Não teve nada de diferente, nem incrível, mais um drama normal como muitos que temos em cartaz pela cidade toda, portanto fiz uma sinopse técnica mesmo para quem tiver interesse em assistir.
 A peça retrata a época da decadência do ouro em minas gerais, onde está acontecendo uma revolução e um revolucionário em específico é procurado pelas forças do governo, esse revolucionário se chama Gabriel. Gabriel é “noivo” de Mariana, filha de Urbana, a matriarca da cidade. Aí entra o primeiro embate da peça, Gabriel e muitas pessoas querem deixar a cidade, pois a escassez tomou conta do lugar, só existem cemitérios, e Urbana teima que todos devem ficar e honrar os mortos, e jura a sua filha que não lhe dará a benção para a mesma sair da cidade com Gabriel.
Após a chegada do Delegado Vasconcellos, que foi enviado junto de uma força militar relativamente significante para prender Gabriel, a cidade vira no caos, após uma longa discussão com Urbana, Vasconcellos revela que seu filho, Martiniano, fora preso como sendo seguidor de Gabriel e após uma série de discussões e tumultos ele acaba morto, o que faz a mãe jurar que nunca contará onde está escondido Gabriel.
Um drama trágico se desenrola daí para a frente, cada vez deixando a situação mais pesada, até que se resolve com um caro preço.

Em cartaz:
VIGA Espaço Cênico (74 lugares)
Rua Capote Valente, 1323 (Pinheiros)
Tel: (11) 3801-1843

Valsa Nº 6

Valsa Nº 6″ de Nelson Rodrigues.
Outra peça que merece muita atenção, pois é uma série de coisas boas, começando por Clara Carvalho, estreiando na direção, seguido da atriz, muito boa por sinal, Marina Ballarin, do fato do texto ser um monólogo e não ter sido jogado fora em momento algum, e da estética adotada em palco, por elásticos amarrados nas pernas e braços da atriz, também idéia dela! ;D

Caramba, como era de se esperar, por ser um texto de Nelson, é chocante! Muito chocante inclusive, a menina Sônia, conta sua história de vida, curta aliás, pois foi morta aos 15 anos com uma punhalada nas costas, diante de várias faces. A garota foi dada como demente, então assume diversas personalidades enquanto conta a história, num cenário bem fúnebre e ao melhor estilo purgatório.
 O bom é que a atriz separa muito bem essas facetas, cada versão da Sônia tem um trejeito específico, o que a torna assustadora, acredito eu que era essa a intenção, assustadora e muito fúnebre. Achei uma experiência muito legal, gosto de coisas novas no teatro e essa idéia mórbida e bem executada me valeu o dia.
Segue um pedaço do texto retirado do folheto da peça:
“Quem é Sônia? Não sabemos. Com seus ecos radiofônicos de novela policial, o texto é uma colagem quase cubista de suas muitas facetas. Temos várias Sônias: a Sônia menina-de-família; a Sônia mulher, com suas frases de folhetim; a Sônia narradora, irônica e distanciada; a Sônia-coro, que arremeda vizinhos, empregados e até pessoas de seu próprio velório e até a “Sônia-Cavalo”, que a certa altura recebe uma entidade agressiva.”
Ou seja, são várias Sônias, o que dá uma gama incrível de possibilidades que a atriz aborda muito bem. Outra que merece recomendação, como todas até agora… :D

Em cartaz:
VIGA Espaço Cênico (74 lugares)
Rua Capote Valente, 1323 (Pinheiros)
Tel: (11) 3801-1843

Mão Na Luva

Hoje fui assistir uma maratona de peças, ooo alegria! :D
Vou pela sequência que assisti! Começando por “Mão na Luva” de Oduvaldo Vianna Filho.

Mão na Luva é um espetáculo bem diferente, idealizado pelo núcleo de estudos do grupo tapa, tem uma execução parecida com a peça “A Moratória”, onde sucedem-se cenas do presente e do passado.
O foco da peça é o conflito de um casal, que após 9 anos decide acabar seu casamento, em meio a discussões a peça mostra o lado frágil do homem, seus problemas, defeitos e fraquezas. Conforme a peça anda ambos vão revelando seus segredos, suas traições e suas ambições ou sacrifícios que fizeram pela vida do “casal”.
Muito legal, muito legal meeesmo, as brigas, os picos de alegria, tudo é muito bem vivido por Isabella Lemos e Marcelo Pacífico. Adorei! :D

Um Bonde Chamado Desejo

Também lí a peça, “Um Bonde Chamado Desejo”, de Tenesse Williams.

Bom, é da mesma coleção que o meu “Pequenos Burgueses”, então já era de se esperar algo muito bom não é?! E realmente foi, já havia assistido uma leitura de cenas da peça mas ainda não tinha a lido por completo, coisa que fiz ontem, fissurado, e que as 200 páginas do livro não me fizeram desistir hehehe
A peça conta a história de Blanche Dubois, uma professora, moça fina que conforme o tempo foi perdendo os entes queridos e a propriedade na qual foi criada junto da irmã Stella, a fazenda de Belle Rêve. O desenrolar da peça acontece após a chegada de Blanche no apartamento humilde da irmã Stella, o qual Blanche de cara repugna e muito. A família de Blanche foi muito rica na sua infância, daí vem o seu nojo com o local e com os modos das pessoas, coisa que a irmã nem liga, afinal saiu de Belle Rêve para casar-se e voltava somente nos funerais dos entes queridos.
Conforme a peça vai avançando o conflito vai ficando cada vez mais tenso, Blanche tende a cada vez ficar mais psicótica e o marido de Stella, Stanley, a ficar cada vez mais rude, até o final da peça quando todo o jogo de Blanche é desmascarado e a mesma tem um fim um tanto quanto triste.
Gostei muito da peça, mas vou me segurar para não contá-la se não perde a graça para quem não leu, mas recomento também, uma boa pedida sem dúvidas! :D

Concerto de Ispinho e Fulô

Concerto de Ispinho e Fulô”.
Maravilhosa!!! Não é a toa que recebeu duas indicações ao prêmio Shell (Direção Musical e Categoria especial, pela pesquisa e montagem do espetáculo) e duas ao prêmio CPT (Direção Musical e melhor espetáculo em espaço não-convencional).
A peça retrata uma rádio-conexão, um programa de rádio, entre São Paulo, SP e Assaré, Ceará, uma cidadezinha pra lá de pequena do nordeste brasileiro. No espetáculo a galera da Companhia do Tijolo procura e entrevista o poeta Patativa do Assaré, figura conhecida da região e personagem com muitas histórias pra lá de emocionantes.
O que mais me emocionou foi a parte que ele conta da filha, sabem, foi muito bom assistir a peça, pra mim pelo menos, pois temos um pensamento que exclui muito o nordeste, posso dizer até um pensamento sulista, e a região não tem culpa pelo clima que tem e as dificuldades que enfrenta. Todo o decorrer da peça me mostrou o quanto o povo de lá é forte, o quanto é fiél as suas tradições e como superam todas essas adversidades que COM CERTEZA se nós tivéssemos que passar, não conseguiríamos…
Com certeza nenhuma dessas indicações aos prêmios veio de graça, acho que foi um dos espetáculos mais diferentes que já ví, quebra todas convenções de palco, platéia, e transforma a peça numa experiência magnífica. Eu que particularmente tinha um preconceito de que a sala 1 do teatro coletivo não era bem uma sala “decente”, tomei uma porrada nos dedos pra lá de merecida, já tava na hora de largar um pouco o vício de peças dramáticas e a falta de interesse por qualquer outra fora do convencional. No coletivo, dado o espaço diferenciado da sala 1, a peça fluiu maravilhosamente bem, sem dúvidas parece que foi criada para aquele teatro, o público participava, o elenco dava essas oportunidades as pessoas, foi sem dúvida uma experiência pra lá de gostosa!
E o melhor, ainda me fizeram tomar um copo americano INTEIRO de cachaça nordestina!!! Pensem em um louco que já achava que era do elenco e tava querendo entrar no palco, pois é, quase fiz dessa! uhauahuahuahuahu... Sem contar o maluco que interpreta o Patativa que saiu uma hora chutando e quebrando todo cenário, porque disse que não existe teatro sem conflito! hahahaha :D
Mas o espetáculo em sí vale muito a pena, sou meio enrolado ainda com as palavras, pois não acho umas realmente boas pra descrever essa experiência, ou para contar mais sobre a peça, mas espero que quem tiver a oportunidade não perca pois vai ser uma experiência única!

Cadillac Records

O último antes da minha soneca, afinal são 05:25 da madrugada e eu ainda estou acordado.
Pra terminar essa sequência guardei o melhor, um musical claro, com uma cantora/atriz que vem sendo destaque em tudo que faz, e quando digo tudo não é exagero, ela simplesmente bota pra quebrar with everything!
Estou falando do “Cadillac Records”, com a Beyoncé e o Adrien Brody, do filme “O Pianista”, outro grande ator da atualidade.

O filme é biográfico, conta a história da gravadora, da era musical dos anos 40 até o final dos anos 60, e conta também a história das grandes personalidades que passaram lá, o executivo Leornad Chess, interpretado por Adrien, e o incrível Muddy Watters, interpretado por Jeffrey Wright, outro ator maravilhoso também.
É uma história emocionante, pois se trata da história de vida de um judeu pobre e um negro lavrador, mais pobre ainda, nos estados unidos em 1940, época que a segregação falava alto!
Toda história se desenrola na vida dos dois, os sonhos da música, os altos e baixos, novos lançamentos, aquela velha história do sucesso musical, muito sexo, drogas e rock’n roll, ou nesse caso, blues :D hehehe
O filme marca pela atuação, pela sinceridade e os trejeitos de cada personagem, me chamou muito atenção assim como no livro do Górki, cada um deles tinha uma linha, um trejeito, algo que denunciava a sua personalidade, e era justamente esse trejeito que levava eles ao sucesso ou a falência, picos que no mundo musical da época eram extremamente grandes.
Nesse filme a Beyonce fez uma participação, mas nem por isso deixou de mandar muito bem, ví o making off depois e ela conta toda história do seu trabalho para montar a gigante Etta James.
O filme fala das grandes personalidades negras da época, Muddy Watters, Chuck Berry, Willie Dixon, Howlin’ Wolf, Little Walter entre outros.
Por ser biográfico também não preciso nem recomendar não é? É obrigatório!

Hairspray

HAIRSPRAY!

Poxa vida, que feio, comprei esse dvd e levei uns 3 mêses pra assistir, todo dia me enrolava, e sabem de uma? Eu que estava perdendo! É simplesmente maravilhoso!!!
Curti muito, um musical legal, animado, com um elenco bom,  no geral um trabalho muito bom. As vezes formam elencos maravilhosos e pecam no enredo, ou o contrário, já no caso do Hairspray não posso dizer isso, está tudo fechando.
O que eu mais curti no filme foi sem dúvida o John Travolta como a mãe da Tracy, ficou praticamente irreconhecível, tanto que só fiquei sabendo que era ele porque um amigo me falou, pra mim era uma big momma de primeira mesmo hahahaha
Merece atenção também a grande Queen Latifah, ví ela no Chicago e no clipe Lady Marmalade do Moulin Rouge, e estava louco pra vê-la em ação de novo, nesse filme ela não deixou por menos!
O filme conta toda trajetória do sonho de uma garotinha digamos que “gordinha” que sonha em dançar num programa de tv, o programa do ciclope, auhauhauhauhauahuah FALEI!… Tá bom, o Corny Collins Show, é que o ator que faz o Corny é James Marsden, o ciclope do x-men. Voltando ao filme, essa garota vê a sua oportunidade quando uma menina do elenco de dançarinas anuncia que vai sair do programa e abrem testes para uma nova dançarina. A história se desenrola toda com base na aventura que a gordinha Tracy Turnblad vive, desde os testes até o concurso final da miss Hairspray.
Se fosse só pelo Travolta já valeria a pena, com todo esse elenco incrível junto, é mais que obrigatório. Recomendo! (y)

Pequenos Burgueses - Máximo Górki

Pequenos Burgueses” de Máximo Górki. 
Uma peça incrível, achei que não ia ter paciência de ler suas 231 páginas numa só vez, o livro assusta no tamanho, mas o texto é tão rápido e atual que nem parece que foi escrita em 1901, dá pra ler num instante! :D
Ela retrata uma família em crise, que muito me lembrou a peça “A Moratória” de Jorge Andrade, talvez seja só essa idéia de família problemática e cada familiar personificar um tipo, mas não saía da minha cabeça momento algum. Toda história se passa no casarão da família de Bessemenov, um velho avarento pra lá de reclamão e muito frustrado com a situação que a sua família se encontra, no casarão vivem seus dois
filhos, Tatiana, uma mulher de 28 recém formada, a qual é importunada a peça inteira por não ter se casado ainda, e seu irmão Piotr, um ex-estudante que fora suspenso após participar de um movimento revolucionário na sua faculdade.
 Todos conflitos tem foco nos três, por mais que existam outros 10 personagens, qualquer problema que ocorre em cena tem ligação a um desses três personagens-chave.
É um ótimo drama, recomendo para quem quiser ter uma idéia dos textos de Górki, que refletia muito sobre a burguesia da época numa visão meio humanista.
Em suma, muuuito bom!

Finally!

Bom, depois de me aprofundar um pouco sobre como funcionam os blogs, ter o meu próprio blog, agora estou começando esse aqui, que nada mais é do que a mesma coisa do que o outro mas somente com postagens relacionadas a minha vida cultural, algo como uma coluna crítica.
Tenho como objetivo nesse blog, registrar, aprender a criticar e manter minha base de dados sobre o que eu acompanho sempre atualizada, além de trocar idéias de opiniões com meus amigos que virão a ler e me dar dicas para o nosso crescimento cultural.
Começo o blog copiando minhas postagens do meu blog no wordpress, pois demorei um pouco mais do que o esperado para desenvolver essa interface e para não esquecer o que ia assistindo e lendo fui postando por lá já com esse objetivo de copiar depois.
É um começo, sorte pra mim! :D