quarta-feira, 24 de julho de 2013

Descrevendo sentimentos...

Buenas! 
Depois de anos de abandono, redescubro esse velho departamento pessoal que por muito tempo me sustentara e me era motivo de grandes alegrias e embates pessoais.

Em busca de um objetivo que norteasse essa postagem de ressureição, resolvi abordar a temática que fez parte do meu cotidiano ultimamente e que é muito interessante ao ponto de vista de quem pretende executá-la, a bendita "Produção" e o seu "Way-To-Do", não como um manual prático, mas como um manual de ideais.

Em um mundo cada vez mais singular e porque não dizer voraz, hoje temos de nos habilitar a ser "auto-suficientes" para não morrer de fome perante um sistema capitalista-sujo-monopolista-injusto que tem desperdiçado muitos talentos em prol do enriquecimento alheio e da ganância de certos. O que fazer então? Produzir! Essa é a palavra, mas como produzir? Por onde começar?
É fato que não existe uma fórmula própria, existem caminhos básicos, mas o que difere uma produção de outra é justamente o seu modo de fazer acontecer, de desenvolver o determinado trabalho com a sua identidade impressa nele. O básico é a execução de todo plano, o qual não é de meu interesse ensinar ou debater aqui, não me considero professor de nada, só mais uma pessoa normal tentando discutir um pensamento além disso.
Quando se propõe fazer algo, por mais simples que seja, se idealiza algo e se inicia com o propósito do sucesso. Somos seres otimistas - tirando os depressivos, claro - vislumbramos o melhor e nunca contamos com os imprevistos de percurso, que só depois aprendemos que são o material mais precioso que o destino nos oferece, pois pedem uma alternativa rápida e rica de conteúdo, pois não foi originalmente pensada e se não for bem elaborada fica claro que sua posição não foi determinada no processo criativo primário.

Porém como sair da idealização e partir para o concreto? É daí que entendo o surgimento de tantas companhias e grupos, pessoas que tem um propósito e decidem dar as mãos para executá-lo. É triste dizer, mas vivemos em um país onde a ambição e o egoísmo prevalecem, onde um governo que devia originalmente apoiar a cultura se aproveita das brechas na lei para lucrar com a mesma, ao invés de apoiá-la ele a oprime por meio de facilitações a empresas e produtoras que não fazem por valer a oportunidade de um patrocínio, que deveriam levar a cultura ao povo e incentivar os grupos criativos dos mais diversos meios, mas que só enchem o bolso e superfaturam encima de suas fórmulas - cópias prontas americanizadas e padronizadas - não beneficiando ninguém a não ser eles mesmos e a classe média e alta, que são os únicos que podem assistir aos seus espetáculos, porque aos preços praticados pelos mesmos a classe baixa – a qual é o objetivo primário e principal dessas benditas leis – vai continuar sem saber ao mínimo o que é teatro e grandes produções. Enfim, voltemos ao principal: Entre previstos e imprevistos, de mãos dadas executamos o que propomos, saímos do ideal e fomos ao concreto, criamos o filho com o maior carinho e cuidado, avaliamos seu desenvolvimento, suas falhas, seu trajeto e sua perspectiva no possível mercado. Será hora de então estreá-lo? 
Não! É hora de repensá-lo, é hora de medir o quanto de coração está envolvido nisso. Como disse acima, o que diferencia uma produção é o seu modo de executá-la, e nesse quesito, o diferencial que falo é o coração, é o quanto envolvido você está a ponto de virar dias e noites em prol de uma boa execução ou de uma saída que não seja simples e de fácil execução. É de quanto suor e sangue você dá para que o que você vá apresentar não seja mais um trabalho, mas sim “o trabalho”, é o quanto de economia de coisas que lhe fazem bem você está disposto a fazer para que seu figurino, seu cenário, seu espetáculo seja impecável. Hoje em dia é difícil falar de sacrifícios, as pessoas estão cada vez mais dispostas a pensar em sua vaidade antes da sua doação, qualquer coisa que seja mais dura do que um simples compartilhar ou curtir já abate uma dúvida sobre valer a pena ou não fazer.

Então se depois disso você continua com o objetivo claro, com a mesma força e vontade de produzir seu sonho, seu filme, seu stand-up, seu espetáculo, então você pode se considerar um sortudo, pois mais de metade das pessoas que conheço ou parou pelo caminho ou optou pelo caminho mais fácil, e quem continuou firme com seus propósitos hoje tenho a alegria de falar que são pessoas extraordinárias, que fazem diferença no mercado e que na sua maioria estão estabilizadas - não ricos - pois quando finalizam um “projeto-sonho” já estão dispostas a começar outro. Vivem disso, pagam suas contas e são felizes fazendo isso, o que é sem dúvidas, a maior recompensa.

Dedico esse post ressureição a todos envolvidos no meu mais recente projeto, “Chapeuzinho Vermelho Como Você Nunca Viu! – O Musical”, o qual tem preenchido meus dias com alegria e orgulho, que tem a cada dia me mostrado que vale a pena lutar pelos nossos sonhos e ouvir o coração acima de qualquer outra coisa.

Que venham mais e mais posts, que esse tempo suspenso no espaço tenha acabado e que o blog volte a ser como era antigamente, um referencial de boas idéias e propósitos.