sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Retratação

 Venho através deste fazer uma retratação a postagem anterior sobre a peça "Uma Gota de Rancor".

 Acredito ter sido muito infeliz em certas frases, que acabaram por levar o tema para outro sentido, o qual comprometeu seriamente nomes citados e por questão disso sinto me obrigado a me retratar.
 Tenho um sério problema pessoal, que talvez seja acentuado pela minha situação aqui em São Paulo - não sou uma pessoa bem financeiramente, sempre ralei desde muleque, muito, com certeza mais do que qualquer outro colega que eu conheça, e por isso dou um valor exagerado a tudo que possuo - mas é o seguinte: Odeio pessoas ou coisas não levadas a sério, e por muitas vezes acabo tomando a minha verdade como absoluta, fato extremamente ignorante e de falta de senso.

  Queria me retratar com a Escola, em primeiro lugar, pois acabei escrevendo frases que para quem lia soavam diferente a minha intenção ao escrever.

 * O termo "financeira" quando escrevi, referia-se a minha classificação dos alunos, que na sua grande maioria são de um maior poder aquisitivo e de um desinteresse de mesma proporção, os tantos que não pretendem ser artistas, simplesmente celebridades, não se refere a uma escola que tem somente interesses financeiros nos alunos, a prova mais bem dada disso é a minha própria, que sempre tive o maior auxílio possível da escola, era bolsista, nunca me foi negado nada, sempre tive total dedicação de atenção por parte dos mestres e do próprio diretor Hudson, o qual me sinto muito mal por ter passado uma imagem contrária a que construí esse tempo todo.

 * O termo "direção", referia-se a direção da peça, não a escola, adiante entrarei nesse assunto.

 Um dos meus "problemas" é amar demais aquele lugar, tenho uma paixão violenta pela escola que frequento, porque sei que é a melhor, admiro o Wolf como um ícone a ser alcançado, baseio toda minha carreira na imagem dele, tenho uma utopia talvez de amar muito o que faço, o que já foi até referido em aula como "um pouco demais e até perigoso para mim mesmo", muito me incomoda o descaso das pessoas com os cursos, com o que dizem ser sua futura profissão, salvo algumas pessoas, claro, e infelizmente tento sempre propor meios de solucionar os problemas dos outros, quase sempre por discussões ou textos, coisa que nem é do meu particular, mas que acabo tentando resolver por "um bem maior".

 Em uma dessas "tentativas" propus uma discussão sobre vereda e fiz a burrice de ouvir uma colega que se  passou por assistente de direção - ou foi outro erro absurdo da minha compreensão - mas que de fato NÃO É a verdadeira assistente, que me aconselhou a não procurar o diretor Ferrara para esclarecer minhas dúvidas, sendo assim as tomei como sem resposta e passei adiante, burrice minha, volto a dizer.
 Como não pude conversar com o diretor, usei perguntas contra um argumento de outro diretor que eu já trabalhei, e acabei novamente errando incitando uma comparação de dois trabalhos igualmente magníficos e que não necessitam comparações.

 Devo minhas sinceras desculpas ao diretor Sergio Ferrara, talvez por me expressar mal acabei como um juiz sobre o seu trabalho, e não tenho a menor capacidade ou competência para tal, me sinto mal realmente, pois sei que do mesmo modo que julgo posso ser julgado, gostaria e ainda vou falar com ele e pedir desculpas pessoalmente, pois reconheço que dentro dos meus questionamentos passei uma prepotência que não cabe a minha pessoa e devo me desculpar pela mesma.

 Enfim, quero pedir desculpas a qualquer um que se sentiu ofendido pelo que foi postado, sinto como uma responsabilidade tentar conscientizar a nossa geração que já não é boa, debater ideais de arte, criei esse blog como meio de discussões para crescermos juntos, não para alfinetar, e eu arrisco muito, procuro sempre aprofundar o que posso, pois temos que fazer a diferença, é o nosso papel como artistas, só que como não sou Deus, acabo errando, e feio! Só posso pedir desculpas a quem tenha se sentido ofendido, dentro do meu pequeno casulo acabo sempre tentando crescer mais e por vezes erro feio...

6 comentários:

Anônimo disse...

Vinicios, acho válida a sua retraçaão, só não entendi o que você disse sobre ter perguntado à "assistente" sobre questões relacionadas ao projeto...jamais você veio me expor qualquer opnião sobre a peça, ou dúvidas... Para mim, foi uma grande honra ter subido no palco pela primeira vez sob a direção do FERRARA e principalmente ter e estar trabalhando com ele, atualmente já em um prjeto profissional, projeto inclusive que você foi assistir e elogiou logo na saida,lembra? Todo dia ao lado do Ferrara é um grande aprendizado...Assim como não é segredo para ninguem o quanto admiro o trabalho do Jair e o quanto sou grata a ele por tudo o que vem me ensinando durante todo esse tempo, seja no Wolf, ou na Oficina O de Andrade... Mas acho bem estranho você citar a "assistência"...até porque nós 2 sabemos que você nunca me perguntou nada sobre a peça...quero depois inclusive conversar com você e entender porque você escreveu isso, inclusive porque o Ferrara fez vários ensaios abertos onde os questionamentos em torno da peça eram sempre bem vindos e solicitados...a minha turma de M3, na época, acompanhou toda a evolução da peça de perto, o que nos foi de grande proveito...Bem, como ja disse no inico, acho válida a sua retratação, mas não tente, se é seu desejo ser verdadeiro ao se retratar, criar uma situação que não existiu, desculpe a minha sinceridade, mas isso não ajuda em nada a sua retração... ass:MARIA DA GLÓRIA

Vinicius Olivo disse...

Olá Maria,

Desculpe a confusão, quando levantamos questões em aula posso ter me confundido, vou inclusive conferir, mas quando citei assistência não me referi a você, me referi a nossa colega Ana, que disse ter acompanhado todo processo, a menos que eu esteja errado ela tinha comentado algo sobre ter sido assistente, posso ter entendido errado e ela não ser assistente dele então.

Quando fui atrás para pedir o que ela achava, sobre fazer os questionamentos ao Ferrara, falei com ela, e ela me aconselhou a não ir falar com ele, ausento qualquer citação a sua pessoa até porque te conheço muitíssimo bem, gosto de você e não criaria algo fictício, muito menos relacionado a sua pessoa.

Vou tratar de mudar isso e desculpa por qualquer eventual incômodo.

Anônimo disse...

Oi Vinicius, aceito sua explicação, e como acabei de conversar contigo, por tel, nem sei quem é a tal Ana Lua... De forma alguma, o Ferrara iria ignorar suas dúvidas, ele é um profissional a quem podemos recorrer com tranquilidade, e toda a minha classe é prova disso... Até hoje, mesmo depois de finalizado o semestre, recorremos a ele, e sempre somos muito bem acolhidos, eu sei que sou suspeita pra falar, porque além de aluna e assistente, tenho grande admiração tanto pelo profissional quanto pelo ser humano que ele é... Fico muito triste com essa situação,e espero, como ja te disse, que tudo se resolva da melhor maneira possível...ASS: MARIA DA GLORIA

Vinicius Olivo disse...

Obrigado Maria,

Irá se resolver sim, do que depender da minha parte pretendo esclarecer todos possíveis problemas a modo que possa limpar qualquer resquício do que tenha ficado, não quero e não acho justo qualquer julgamento ou menção errada tanto ao Sergio Ferrara como a sua pessoa, conte comigo para qualquer possível esclarecimento.

Anônimo disse...

Sim, também acho válida sua retratação.
Apesar da desculpa direcionada, o cuidado com as palavras e explicações, enfim, a atitude tomada nesse novo post ser, no mínimo, justa para com a Escola, o diretor e demais pessoas envolvidas no infeliz comentário anterior, sei que se trata de uma importante e verdadeira retratação de sua parte. Trata-se de sua conscientização.
Espero também que as coisas se resolvam da melhor forma possível e ter consciência do erro cometido, com certeza, é o primeiro passo para que algo possa caminhar para algum rumo diferente - e espero que caminhe para o bem.
Fico triste com a situação, sabendo da tristeza que isso te causa também.
Guilherme.

CL disse...

Vini, fazia tempo que não vinha aqui, estava sem micro... mas valorizo esta atitude.
Basta sermos mais leves, admirar apenas e não depreciar, que já conseguimos dormir sorrindo. rs
Beijos

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