sábado, 27 de março de 2010

A Cor Púrpura

 "A Cor Púrpura", dirigido por Steven Spielberg.

 Acho que um dos filmes mais dramáticos que já assisti, esse filme de 1985 pode ser facilmente considerado uma "obra-prima", tem um tema denso e muito bem trabalhado: o racismo, tem a estréia de Whoopy Goldberg no cinema, como a protagonista Célie, Oprah Winfrey como Sofia e Denny Glover como o Sinhô.
 Sempre que definem temas para filmes os diretores correm o risco de caírem em clichês, como sempre considero nas abordagens do blog, porém A Cor Púrpura foi muito além do exterior, melhor do que isso, teve um trabalho dramático tão profundo que talvez se fosse refeito nos dias de hoje não teria tamanha grandeza.
 O filme - baseado no romance da escritora americana Alice Walker - se passa no início do século nos estados unidos. A história remete ao passado que nossos avós e pais nos contam, com uma veracidade incrível, nos sentimos familiarizados com tudo que se passa. Nela temos Célie e sua irmã Nettie, irmãs muito ligadas afetivamente, que são separadas após uma série de fatores.
 Célie desde então passa por humilhações cruéis impostas pelo marido, o que não foi muito diferente de nossas avós, apanhavam e tinham no marido um exemplo de carrasco. Whoopy trabalha muitíssimo bem, ela tem uma densidade, um conflito interior tão grande, que choca em todo momento que o close fecha nela, conforme a sua personagem vai criando coragem no filme, ela cresce de tal maneira que nem parece ser a mesma do começo da história, incrível demais! O que me impressionou muito também e foi o motivo pelo qual procurei o filme, foi o fato de Oprah Winfrey estar no elenco, juro que não fazia idéia de que ela era atriz, mais do que isso, uma excelente atriz!!! O trabalho desenvolvido por ela no filme é fácilmente comparável ao de Jennifer Hudson em Dreamgirls, se não melhor.
 Por se tratar de um filme só de negões americanos é claro que não podia faltar música, é de se arrepiar as poucas vezes que Shug Avery canta um blues, típico!
 A visão feminista do filme é clara desde o começo, Célie manda cartas a Deus, comunica-se com ele, pois não podia sequer dirigir a palavra ao marido que já era motivo de sobra para agressão; descobre através da amante do marido - Shug - o que é compaixão; admira Sofia, mesmo mandando Harpo bater nela; sonha com a volta da irmã Nettie, sua última esperança de família e carinho.
 É triste ver a tamanha indiferença com que o marido a trata, deixando claro seu interesse nos seus ofícios domésticos e no sexo, nada além disso. É de uma animalidade tão grande que choca! Sim, choca, pois quando o Sinhô encontra sua amante vemos nele o oposto de como ele é com Célie, triste realidade que até hoje muitas mulheres ainda enfrentam.
 Dirigido por Steven Spielberg, o filme teve 10 indicações ao Oscar mas infelizmente não ganhou nenhum prêmio, 5 indicações ao Globo de Ouro, ganhando na categoria melhor atriz - drama.

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