sexta-feira, 12 de março de 2010

My Fair Lady

"My Fair Lady", de George Cukor.

 Um musical que surpreende, do início ao fim, sem dúvidas!
 Temos aqui um musical de 1964, época em que os musicais começavam a ficar massantes por seu formato. Os estúdios Warner fizeram a mais pomposa de suas apostas e faturaram alto com "My Fair Lady", foi vencedor em 8 prêmios Oscar, 3 prêmios Globo de Ouro, 1 NYFCC Award e ocupa atualmente a 8ª posição na lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos.
 No filme temos a história de Eliza Doolittle, uma florista de rua que trabalha por centavos vendendo violetas e acaba conhecendo Henry Higgins, um renomado professor de fonética que tem uma capacidade incrível de identificar as pessoas por suas vozes. Através de uma aposta proposta por um amigo, Higgins tem 6 meses para transformar aquela garota que praticamente é uma mendiga vulgar em uma dama da mais alta classe.
 A comédia reina o tempo todo, Eliza, interpretada por Audrey Hepburn, é super temperamental e histérica, mas tem um toque de boa moça que dá um ar cômico gostoso as suas discussões com o professor Higgins. Cenários bonitos e bem trabalhados nos fazem até pensar que esse filme pudera ter sido gravado em 1980 ou algo em torno disso, a qualidade é de tal tamanho que fiquei surpreso quando lí a ficha técnica do filme e ví se tratar de 1964. O enredo do filme não foge muito do desafio proposto ao professor e o desenrolar do progresso de Eliza. O engraçado foram os detalhes propostos, que de tão minimalitas passam quase despercebidos, desde a corrida de cavalos onde todo o cenário e o figurino de cena é composto de preto, branco e cinza - traduzindo perfeitamente a frieza das pessoas daquela época - até mesmo os sentimentos dos personagens, no filme todo não aparece uma única vez um "eu te amo" nem mesmo do garoto apaixonado por Eliza. Quando começamos a ter uma pequena noção de algum sentimento entre Eliza e o professor Higgins já nos damos por conta da última cena do filme e o mesmo acaba nessa incógnita dos dois.
 Ainda não acredito que aguentei duas horas e quarenta e três minutos assistindo o musical, tenho que enfatizar que é excelente mesmo, pois não tenho paciência nem para filmes de mais de uma hora e meia, quem dera para quase três horas então! E fiquei preso do começo ao fim do filme, enfeitiçado! Recomendo para quem assim como eu acha que os musicais antigos são todos monocordes, bobos e massantes, nos faz mudar de opinião, My Fair Lady é diferente, com toda certeza!
 Uma curiosidade: 
 Recusaram Julie Andrews (de A Noviça Rebelde), que protagonizara a peça na Broadway, pelo simples fato de ela ainda não ser muito conhecida, substituindo-a por Audrey Hepburn, um dos nomes mais consagrados de Hollywood. No fim, Julie Andrews levou a estatueta de Melhor Atriz por Mary Poppins, seu primeiro filme, enquanto que Audrey Hepburn nem sequer chegou a ser indicada.
 Rede Globo, fica a dica! :D

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