segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Valsa Nº 6

Valsa Nº 6″ de Nelson Rodrigues.
Outra peça que merece muita atenção, pois é uma série de coisas boas, começando por Clara Carvalho, estreiando na direção, seguido da atriz, muito boa por sinal, Marina Ballarin, do fato do texto ser um monólogo e não ter sido jogado fora em momento algum, e da estética adotada em palco, por elásticos amarrados nas pernas e braços da atriz, também idéia dela! ;D

Caramba, como era de se esperar, por ser um texto de Nelson, é chocante! Muito chocante inclusive, a menina Sônia, conta sua história de vida, curta aliás, pois foi morta aos 15 anos com uma punhalada nas costas, diante de várias faces. A garota foi dada como demente, então assume diversas personalidades enquanto conta a história, num cenário bem fúnebre e ao melhor estilo purgatório.
 O bom é que a atriz separa muito bem essas facetas, cada versão da Sônia tem um trejeito específico, o que a torna assustadora, acredito eu que era essa a intenção, assustadora e muito fúnebre. Achei uma experiência muito legal, gosto de coisas novas no teatro e essa idéia mórbida e bem executada me valeu o dia.
Segue um pedaço do texto retirado do folheto da peça:
“Quem é Sônia? Não sabemos. Com seus ecos radiofônicos de novela policial, o texto é uma colagem quase cubista de suas muitas facetas. Temos várias Sônias: a Sônia menina-de-família; a Sônia mulher, com suas frases de folhetim; a Sônia narradora, irônica e distanciada; a Sônia-coro, que arremeda vizinhos, empregados e até pessoas de seu próprio velório e até a “Sônia-Cavalo”, que a certa altura recebe uma entidade agressiva.”
Ou seja, são várias Sônias, o que dá uma gama incrível de possibilidades que a atriz aborda muito bem. Outra que merece recomendação, como todas até agora… :D

Em cartaz:
VIGA Espaço Cênico (74 lugares)
Rua Capote Valente, 1323 (Pinheiros)
Tel: (11) 3801-1843

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